POESIA
Por Moiseis Oliveira da Paixão*
Homenagem à Tribuna Popular
No final dos anos noventa
Fui trabalhar em um jornal
Adair Antônio Perin
Um patrão muito legal
Eu não tinha experiência
Mas me sentia o maioral.
Comecei como revisor
Isso sim, sabia fazer
Sempre bom em redação
Pensava logo em crescer
Tornei-me diagramador
Também comecei a escrever.
Eu ainda namorava
Vivia muito contente
A família do patrão
Gente muito decente
Cumpria sempre os horários
Nesse aconchegante ambiente.
Logo após meu noivado
Fiz um convite ao patrão
Se podia ser meu padrinho
Para aquela ocasião
Ele não fez de rogado
Aceitou com satisfação.
Lembro do Fusca Amarelo
O automóvel do Perin
Ele era um pouco velho
Usaríamos mesmo assim
Para me levar à igreja
Onde diríamos o “sim”.
Eu morava muito distante
Naquele tempo, andava a pé
Então o patrão me convidou
Para juntos tomar um café
Me ofereceu moradia
Aceitei com muita fé.
Nos fundos do jornal
Começamos a morar
Todos os dias de madrugada
Eu tinha que acordar
Para acender a caldeira
Para o chumbo esquentar.
Certo dia de manhã
Cometi uma besteira
Levei meu filho Junior
Com um boné do Palmeiras
Perin ficou zangado
Quase perde as estribeiras.
Todos sabem que o Perin
Corinthiano fanático
Quando o Palmeiras vence
Isso se tornou um fato
Perin arrepia os cabelos
Quase tem um infarto.
São tantas as histórias
Que vivi, também aprendi
Se fosse contar todas
Nunca caberia aqui
Aprendi ser homem honesto
E em experiência cresci.
Tribuna Popular
Um jornal semanal
Muito famoso na cidade
Por ele ser pontual
E ter em suas páginas
A Coluna Social.
Feito de modo arcaico
Sua base era de chumbo
Pois ainda havia muito
Esse formato no mundo
Toda semana eu levava
Um exemplar para o Raimundo.
Os anunciantes antigos
Patrocinadores do jornal
Muitos faziam permutas
Do comércio local
Até nós, os funcionários
Achava isso normal.
A cada quinze dias
Na hora do vale pegar
Recebia uma requisição
Para no mercado gastar
Também nas farmácias
Requisição tinha que levar.
Assim o jornal crescia
Informando a população
Adair Antônio Perin
Trabalhava com dedicação
Não deixava os leitores
Uma semana sem Informação.
Depois veio a modernidade
Nos pegou desprevenido
O jornal teve mudanças
No mercado, foi exigido
Chamado de off-set
Novo formato escolhido.
Depois de muitos anos
Do jornal em circulação
Mesmo um famoso semanário
Que informava a população
Com a chegada da Internet
Teve mais uma inovação.
Mas o Perin persistente
Não deixava de imprimir
Toda sexta-feira de manhã
O jornal tinha que sair
Manter o povo informado
Do que acontecia aqui.
Enfim, chegou a hora
Que a Internet venceu
O famoso semanário
Um dia se converteu
Virou um jornal online
Foi isso que aconteceu.
Nosso chefe Perin
Continua a edição
Tales como diretor
Giliane na redação
As vezes faço postagens
Com muita satisfação.
Hoje estou aposentado
Mas continuo ativo
Escrevo vários poemas
Nesse jornal expressivo
O Cantinho Literário
Me inspirou escrever um livro.
Parabéns aos leitores
De Tribuna Popular
Também aos anunciantes
Que continuam a divulgar
Esse grande comércio fez
Esse jornal se destacar.
Minha vida é ligada
A esse jornal importante
Quase toda minha vida
Me recordo a cada instante
Trabalhei nesse jornal
Que tem uma história brilhante.
Obrigado Adair Perin
Por meu sonho realizar
Me deu essa oportunidade
De em um jornal trabalhar
Reconheço sua amizade
Isso nunca vai acabar.
Em um um livro de poesias
Sua história vou contar
Muita gente vai ler
Quando o livro eu publicar
No Cantinho Literário
Também vou divulgar.
Adair foi importante
Na vida de muita gente
Teve tantos funcionários
Todos viviam contentes
Não recordo todos os nomes
Mas formou gente decente.
Eu não posso finalizar
Sem antes mencionar
Essa família valente
Da Tribuna Popular
A patroa, Dona Leane
Uma mulher exemplar.
A filha Adriane Perin
Hoje uma mulher formada
O Tales, homem valente
Tem a vida arrumada
A Giliane é jornalista
Tem uma linda jornada.
Nesses versos eu escrevo
Essa pequena homenagem
A esses bravos guerreiros
Que fazem as reportagens
Quase nem sobra tempo
Para pensar em viagem.
Porisso caro leitor
De Tribuna Popular
Que lêem minhas poesias
No computador ou celular
Agora vão ler meu livro
Creio que vão gostar.
*Moiseis Oliveira da Paixão – Escritor, poeta, jornalista e missionário