Mais antigo membro do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná, o procurador da República no Paraná Alessandro José Fernandes de Oliveira, será o novo coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, em Curitiba. Ele vai ocupar a função deixada por Deltan Dallagnol, que como adiantou o Correio, vai se afastar em razão de problemas pessoais.
Fernandes tem experiência no combate ao crime organizado, corrupção e lavagem de dinheiro e atualmente integra o Grupo de Trabalho Lava Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele é procurador desde 2004 e está lotado na capital paranaense desde 2012. Dallagnol deixa o cargo pela necessidade de acompanhar a filha, de um ano, que investiga problemas de saúde. Em um vídeo publicado na internet, ele explicou o motivo. “Há algumas poucas semanas, eu e a minha esposa, identificamos uma série de sinais de regressão em nossa bebezinha, de um ano e dez meses de idade. Nós verificamos que ela deixou de olhar pra gente quando é chamada e parou de olhar nos nossos rostos e nos nossos olhos”, disse.
O procurador destacou que ainda é necessário diversas avaliações para entender do que se trata. “No nosso caso, os médicos já levantaram algumas suspeitas e nossa filhinha está passando por uma série de exames e acompanhamentos para um diagnóstico que ainda deve demorar nove semanas”, completou.
“Depois de anos de dedicação intensa a Lava-Jato, acredito que agora é a hora de me dedicar, de modo especial, para a minha família. Vou continuar como procurador da República, mas aquelas horas extras que eu investia em noites, finais de semana e feriados, vou precisar agora para focar em minha família”, afirmou o procurador.
Dallagnol destacou que confia em seu substituto, que, de acordo com ele, já era colaborador da operação. “Se você apoia a Lava-Jato, continue a apoiar. A operação vai continuar fazendo seu trabalho, vai continuar firme. Mas decisões que serão tomadas em Brasília afetarão seus trabalhos. A força-tarefa tem muito para fazer e precisa do seu suporte… Quem vai me substituir é Alessandro de Oliveira, um procurador competente que é colaborador da Lava-Jato”, completou Dallagnol..
O procurador-geral da República, Augusto Aras, decide neste mês o destino da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná. Ele pode prorrogar ou não os trabalhos. Ao receber um manifesto de oito integrantes do Conselho Superior do MPF, Aras disse que “tem responsabilidade com o futuro da instituição” e alegou que convocará uma sessão extraordinário para tratar do tema.