Porto Velho/RO – No mês de julho foram detectadas 504 ocorrências de focos de calor em Rondônia, sendo 106 em áreas de Unidade de Conservação. Somente na Floresta Nacional do Bom Futuro foram registrados 43 focos, ou seja, 40% da incidência.
Os focos foram detectados pelo satélite NOAA-12. Comparando a este mesmo período no ano passado, houve uma redução de 15%, mesmo assim, em se tratando de Unidades de Conservação, o índice é citado como preocupante, por técnicos do Ibama e do Sipam, órgãos que realizam o monitoramento e a fiscalização nas áreas.
De acordo com a coordenadora da Divisão de Análise Ambiental do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Ana Cristina Strava Correa, os focos podem estar relacionados com a manutenção das rotinas de queimadas associadas às atividades agro-pastoris ou desmatamentos. “Preocupa porque denuncia que as Unidades estão ficando expostas a ação de produtores de áreas privadas das proximidades”, cita Ana Strava.
Ela também informou que a área mais atingida em Bom Futuro está localizada na zona de fronteira, a sudoeste da Flona.
Segundo o analista ambiental do Ibama, Christian Zago Cassal, a quantidade de focos em Unidades de Conservação está se repetindo a cada ano e acontece porque há cerca de 10 mil invasores morando na unidade, principalmente no município de Buritis. “Não existe liberação para queima controlada naquela região, porém os invasores realizam queimadas para renovação de pastagem ou limpeza da área, sem saber que podem causar um incêndio na floresta e até atingir a cidade”, alerta.
Temperatura
O foco de calor não significa a existência de uma queimada ou incêndio, mas qualquer aumento de temperatura captado pelo satélite, com exceção às fogueiras de fundo de quintal, que não influenciam no monitoramento. “É o aumento da temperatura captado pelo satélite que tem um sensor de temperatura. Nem sempre esse aumento está relacionado com queimada ou incêndio. Até o calor atingido por um pedaço de rocha pode ser detectado pelo satélite”, explica Ana Cristina Strava Correa.
Recorde
O mês de setembro, considerado o mais crítico pelos meteorologistas em relação a queimadas, registrou 8.779 focos em 2005.