O avanço do ensino profissionalizante no estado não se restringe apenas ao aumento do número de matrículas. A cada ano, o Instituto Estadual de Desenvolvimento da Educação Profissional de Rondônia (Idep) lança inovações para acompanhar as tendências do mercado de trabalho. Em 2024, a instituição ampliou a oferta de cursos em bioeconomia devido ao surgimento de novas ocupações na economia verde e adquiriu mais duas escolas móveis, de Informática e Mecânica de Motocicletas. Os investimentos aplicados na educação profissional até o mês de novembro, somam um montante de R$ 19.529.084,69; e mais R$ 4.679.408 milhões referente as duas unidades móveis entregues no ano.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, a qualificação profissional tem sido usada como alicerce no desenvolvimento sustentável, destacando os esforços do estado em alinhar crescimento econômico e preservação ambiental. “A qualificação de mão de obra para profissões voltadas à sustentabilidade é um dos focos da educação profissional, e o ensino itinerante está sendo fundamental nesse contexto”, ressaltou.
A Rondônia Rural Show Internacional, que aconteceu em maio, no Centro Tecnológico Vandeci Rack, em Ji-Paraná, foi palco para apresentação dos frutos colhidos em sala de aula com o aprendizado da bioeconomia. No Espaço Interativo e Dialógico do Idep, alunos de cursos voltados ao agronegócio participaram de workshop sobre economia verde e conheceram as novidades da área.
AGRICULTURA FAMILIAR
Uma das apresentações foi feita pelo coordenador de Bioeconomia do Projeto Profissionais do Futuro, Marcelo Nunes. O projeto consiste em uma cooperação técnica entre o governo federal, por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/Mec) e o governo alemão através da Deutsche Gesellschatf fur Internacional Zusammenarbeit (GIZ).
A apresentação destacou que a bioeconomia prioriza a agricultura familiar, principalmente em comunidades tradicionais como indígenas, quilombolas, ribeirinhas e extrativistas. “A proposta é fortalecer o empreendedorismo em três etapas: produção sustentável, transformação, que é a agroindústria com valor agregado aos seus produtos, e comercialização”, explicou o palestrante.
Estudantes do Curso Técnico em Agronegócio do Centro Técnico Estadual de Educação Rural (Centec Abaitará), unidade executora do Idep que fica em Pimenta Bueno, aprenderam a lição. Andressa Pereira de Lima, de 27 anos; Ester Corsina Lemes, 49 anos; Esequiel Assencio de Oliveira, 23 anos; e Carini Granemann, com 46 anos; decidiram empreender, explorando as potencialidades do Buriti.
Durante uma aula de gestão ambiental no curso que aconteceu na escola Progresso na comunidade Perobal, distrito de Vilhena, os alunos que se formaram em novembro, tiveram a ideia de lançar uma agroindústria para produzir e comercializar produtos derivados da palmeira típica da região amazônica. O grupo já participou de feiras de negócios para buscar parceiros e divulgar iguarias como bolo, mousse, trufas, geleias, sucos, polpas, doce de corte e de pote.
ATIVIDADE TURÍSTICA
Não foi apenas no interior do estado que a bioeconomia ganhou mais espaço no setor educacional. Em Porto Velho, foram realizados no segundo semestre, cursos em turismo com recursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Os participantes receberam assistência estudantil, por meio de incentivo financeiro conforme carga horária do curso.
Ivone Nascimento Ferreira, que mora no Bairro Nova Floresta, na Capital, aproveitou a oportunidade para atualizar o currículo. A estudante optou pelos cursos Condutor de Turismo em Espaços Culturais Locais e Agente de Recepção e Reservas em Meios de Hospedagem. “Já tinha feito os cursos Técnico em Eventos e Técnico em Guia de Turismo. Sou professora, mas agora quero me dedicar à atividade turística”, frisou a empreendedora que abriu uma empresa de animação infantil.
ESCOLAS MÓVEIS
Paralelamente ao lançamento dos cursos norteados pela sustentabilidade, houveram avanços nas ações já desenvolvidas pelo Idep. Em fevereiro, o governo de Rondônia entregou mais duas escolas móveis, de Informática e Mecânica de Motocicletas, para reforçar o ensino profissionalizante iniciado em 2021 por quatro unidades flexíveis itinerantes: Frigorífico e Piscicultura; Imagem Pessoal; Máquinas Agrícolas; e Panificação e Confeitaria.
Devido ao sucesso da descentralização da qualificação da mão de obra em Rondônia para localidades remotas como comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas, a presidente do Instituto Estadual de Desenvolvimento da Educação Profissional de Rondônia, Adir Josefa de Oliveira, foi entrevistada no mês de junho, em São Paulo, por um programa em formato de podcast do Projeto Profissionais do Futuro, no qual também foi entrevistada, a coordenadora de políticas educacionais indígenas do Ministério da Educação (MEC), Pierlangela Nascimento Cunha e produzido um vídeo institucional que foi exibido no Brasil, Europa e África.
A presidente do Idep, enfatizou que Rondônia tem conquistado projeção nacional por ser o primeiro estado a adotar escolas móveis como política pública. “Essa iniciativa leva a formação profissional para todas as regiões do estado, proporcionando oportunidades de qualificação aos cidadãos que desejam ingressar ou se destacar no mercado de trabalho.”
CURSOS EM BIOECONOMIA
- Agente de Desenvolvimento Socioambiental
- Agente de Informações Turísticas
- Agente de Recepção e Reservas em Meios de Hospedagem
- Agricultor Orgânico
- Cafeicultor
- Condutor de Turismo em Espaços Culturais Locais
- Mecânico de Manutenção de Máquinas Agroindustrial
- Produtor de Embutidos e Defumados
- Produtor de Mandioca
- Administrador de Empreendimentos Florestais de Base Comunitária
Fonte
Texto e fotos: João Albuquerque
Secom – Governo de Rondônia