Porto Velho/RO – Os casos de malária nos Estados que compõem a Amazônia Legal tiveram redução de 12% nos últimos sete meses, segundo dados do Ministério da Saúde. A malária é a principal parasitose tropical e mata 2 milhões de pessoas por ano no mundo, uma taxa só comparável à Aids.
Nos nove estados que compõem a Amazônia Legal, este ano os casos caíram de 344 para 303 mil. Em Rondônia, os números diminuíram de 69 para 55 mil casos, uma redução de 20%. Além de evitar mortes, a luta contra a malária tem um outro motivo: não assustar os turistas que pretendem visitar a região norte do País.
A malária ou paludismo é uma doença infecciosa causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles. É uma das principais causas de mortes em crianças de países tropicais. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a malária mata uma criança africana a cada 30 segundos e muitas que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem.
Este é um dos motivos pelos quais este ano foram adotadas políticas públicas na região norte para encarar o problema de frente e reduzir os casos. Um exemplo é o tratamento supervisionado, que consiste na visita do agente público à casa do doente na hora da medicação. “Alguns pacientes deixavam de tomar o medicamento na hora certa e em muitos casos nem se recuperavam”, diz Régia Pacheco Martins, diretora do departamento de vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho.
O esforço de profissionais de saúde em diminuir o índice de malária na região norte do País tem mais um motivo: o receio de turistas em visitar à Amazônia e serem acometidos de doenças tropicais como dengue e malária. “A expansão de laboratórios na zona rural contribuiu na diminuição dos casos, pois tão logo a pessoa se sente mal, já busca tratamento e diminui a cadeia de transmissão da doença”, diz José Lázaro Ladislau, coordenador do programa nacional de controle da malária.
Espécies
Quatro espécies podem produzir a infecção da malária:
Plasmodium falciparum: causa a forma de malária mais grave, a malária maligna (terçã). Tem o mais rápido ciclo de vida. Ataca tanto as hemácias jovens quanto as maduras. Responsável por 80% dos casos clinicamente significativos e 90% das mortes.
Plasmodium vivax: Ataca apenas eritrócitos jovens, especialmente reticulócitos. Causa doença crônica, a malária benigna terçã. Pode ficar dormente durante muitos anos e depois reaparecer, devido à reativação de uma de suas formas parasitárias, os hipnozoítos.
Plasmodium malariae: Ataca apenas os glóbulos vermelhos mais maduros. Causa malária benigna quartã, crônica.
Plasmodium ovale: É comum apenas na África e, raramente, no Pacífico Ocidental e na América do Sul. É rara no Brasil. Ataca apenas eritrócitos jovens, causando doença crônica, a malária benigna terçã ovale. Pode ficar dormente durante muitos anos e depois reaparecer.