Um grupo de técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) se deslocou na quarta-feira (27) para São Miguel do Guaporé onde, através de uma força-tarefa, unirão esforços para conter o avanço da Covid-19 no município.
Conforme boletim, na cidade foram confirmados dezenas de casos da doença, sendo registrado dois óbitos. Para um município pequeno, essa incidência de casos por habitantes é considerada significativa e acendeu o alerta do governo para dar uma atenção especial à população desta cidade.
”Eles foram para dar suporte ao município com informações técnicas, identificação de fragilidades e oportunidades, e otimizar os serviços realizando um trabalho junto com o município para melhorar esse cenário e evitar que exista uma situação descontrolada na cidade”, afirma o coordenador do eixo operacional do Sistema de Comando de Incidentes – Sala de Situação Integrada (SCI) e técnico da Agevisa, Kerry Alisson Souza.
Essa já é a segunda força-tarefa montada para socorrer municípios. ‘‘ Vamos fazer algo similar ao que estamos fazendo em Guajará-Mirim. Temos que cuidar de todos os municípios que são como filhos que, quando pedem socorro, nos dedicamos para auxiliar, e agora vamos fazer isso em São Miguel do Guaporé’’, garante o secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo.
O grupo que realizará trabalho integrado São Miguel do Guaporé, através desta força-tarefa, tem a missão de identificar os fatores que precisam ser trabalhados para melhorar o fluxo de atendimento de pacientes com Covid-19, a exemplo do que está sendo feito em Guajará-Mirim, onde a equipe do Estado e município estão juntos já colhendo melhores índices como queda da taxa de mortalidade, busca ativa dos casos confirmados e suspeitos, e atendimento mais precoce dos casos positivos.
São Miguel do Guaporé é a 1ª cidade de Rondônia a impor lockdown
A Prefeitura de São Miguel do Guaporé (RO) decretou lockdown por 14 dias na quarta-feira (27) e se tornou a primeira cidade de Rondônia a impor a medida mais rígida de isolamento social. O motivo principal é o avanço repentino de casos do novo coronavírus no município.
A cidade acumula 129 confirmações e duas mortes, conforme boletim da Secretaria Municipal de Saúde, após a confirmação de uma contaminação em massa de Covid-19 entre os trabalhadores do frigorífico JBS, que foi interditado pela justiça.
A Promotoria de Justiça de São Miguel do Guaporé e a Procuradoria do Trabalho no Município de Ji-Paraná (RO) entraram na terça-feira (26) com uma ação civil para pedir, de forma urgente, a suspensão das atividades frigoríficas. Nesta quarta-feira (27), a Justiça do Trabalho determinou a suspensão imediata das atividades.
Em nota na tarde desta quarta-feira, a JBS refutou os argumentos do MP-RO e afirma lamentar “a tentativa de responsabilizar a Companhia como foco de contaminação da Covid-19 na cidade”.
Com os casos confirmados, MP e MPT entraram na justiça pedindo a suspensão imediata das atividades das empresas por até 14 dias ou até que a demandada comprove ter cumprido todas as providências recomendadas, como forma de garantir a saúde dos trabalhadores.
O que é o lockdown?
A palavra “lockdown” significa confinamento ou fechamento total. Ela vem sendo usada frequentemente desde o agravamento da pandemia da Covid-19.
Embora não tenha uma definição única, o “lockdown” é, na prática, a medida mais radical imposta por governos para que haja distanciamento social – uma espécie de bloqueio total em que as pessoas devem, de modo geral, ficar em casa.
Veja as diferenças dos termos relacionados à reação à pandemia de Covid-19:
- Isolamento social – é, em princípio, uma sugestão preventiva para todos para que as pessoas fiquem em casa
- Quarentena – é uma determinação oficial de isolamento decretada por um governo
- Lockdown – é uma medida de bloqueio total que, em geral, inclui também o fechamento de vias e proíbe deslocamentos e viagens não essenciais
- Se um governante impõe um “lockdown”, a circulação fica proibida, a não ser que ela se dê, por exemplo, para compra de alimentos, transporte de doentes ou realização de serviços de segurança.
Em São Miguel do Guaporé, a ordem municipal determina a obrigatoriedade do uso de máscara e a pessoa deve também comprovar a necessidade de sair de casa sob apresentação de documentos, incluindo o de identificação. Se a medida for descumprida, haverá uma “penalidade, nos termos da legislação local, bem como nas demais normas sanitárias vigentes do Código Penal”.
(Fonte: Governo de Rondônia e G1)