Durante o lançamento da colheita foram promovidas palestras sobre poda, nutrição, fermentação e secagem do cacau
A oficialização do início da colheita de cacau em Rondônia aconteceu em uma solenidade promovida pelo Governo do Estado na quinta-feira (11). O evento foi realizado na propriedade do produtor Gilmar Lúcio da Silva, situada na Linha 608, quilômetro 6, no município de Jaru. Na ocasião, foram ministradas palestras sobre poda, nutrição, fermentação e secagem do cacau.
A abertura da colheita de cacau é promovida pela Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO), Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Câmara Setorial do Cacau, Centro de Estudos Rio Terra e Prefeitura Municipal de Jaru.
INICIATIVAS E PERSPECTIVAS
A expectativa para esse ano é de um aumento expressivo na safra e traz boas perspectivas para o setor, tanto em termos de geração de renda quanto de desenvolvimento sustentável. De acordo com a Seagri, existe uma previsão de crescimento de 34% na safra de 2024 em relação a 2023, com a produção passando de 5.069 toneladas para 6.800 toneladas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2023.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, a parceria entre os diversos agentes da cadeia produtiva do cacau é fundamental para garantir o sucesso da atividade. Desde a produção de mudas de cacaueiros até a comercialização do produto final, cada etapa do processo envolve um trabalho conjunto entre órgãos governamentais, instituições de pesquisa, empresas privadas e agricultores familiares. “A criação de iniciativas como a Rota do Cacau, o Comitê do Polo Cacau Amazônico e o Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Cacau (Concacau), fortalecem o desenvolvimento sustentável do setor”, ressaltou.
Segundo o secretário da Seagri, Luiz Paulo, com o aumento da demanda por produtos de cacau de qualidade e a crescente valorização da produção sustentável, Rondônia tem se destacado no cenário nacional e internacional. A colheita do cacau é apenas o começo de um ciclo de sucesso e crescimento para esse importante segmento da agricultura do Estado. “Atualmente, Rondônia é o segundo maior produtor de cacau da região Norte e o quarto do Brasil. O Estado conta com 2.342 propriedades que cultivam cacaueiros, sendo que 98% da produção é exportada para a Bahia. A fase de colheita do cacau é de grande importância para os produtores, pois é neste momento que todo o esforço e investimento, realizados ao longo do ano, são finalmente recompensados”, destacou.
PRODUÇÃO FAMILIAR
Na propriedade do produtor Gilmar Lúcio da Silva, o cultivo e manejo do cacau são realizados de forma autônoma pela própria família. Desde o plantio das mudas até a colheita dos frutos, todos os processos são realizados com cuidado e dedicação. “Aqui o cuidado com a plantação garante que os frutos que cultivamos tenham a qualidade necessária para a produção de um chocolate de excelência”, comentou Gilmar.
A propriedade se destaca como uma vitrine tecnológica no cultivo de Cacau Clonal, contando com 1.108 plantas clonais de diversas espécies. O local possui um sistema de irrigação, estufa, cocho de fermentação e um biodigestor recém-implantado, que agora fornece produção de amêndoas para chocolates finos. No ano de 2023, a propriedade alcançou a produção de 800 quilos de amêndoas, sendo vendidas a R$ 48 o quilo no mercado de Jaru. Para a safra de 2024/2025, a expectativa do produtor é colher em média 2 quilos por planta na área dos clonais, o que totaliza 2.216 kg. A um preço estimado de R$ 40 por quilo, isso resultaria em uma receita bruta de R$ 88 mil.
MUNICÍPIOS QUE MAIS PRODUZEM CACAU EM RONDÔNIA
No ranking de produção de cacau na região, Jaru lidera com 1.276 toneladas; seguido por Buritis, com 743 toneladas; Ouro Preto do Oeste, com 720 toneladas; Governador Jorge Teixeira, com 321 toneladas e Machadinho do Oeste, com 292 toneladas.
POLÍTICA DE INCENTIVO
O Governo do Estado sancionou a Lei nº 5.729, de 5 de janeiro de 2024, que institui a Política Estadual de Incentivo à Produção de Cacau de Qualidade, estabelecendo diretrizes e metas para o desenvolvimento da cadeia, com vista aos mercados exigentes de chocolates finos. A lei prevê a sustentabilidade ambiental, social e econômica; o desenvolvimento tecnológico; o aproveitamento da diversidade cultural, ambiental, de solos e de clima; adequação governamental às peculiaridades e diversidades regionais; valorização do cacau e acesso a novos mercados.
SELO
Em novembro de 2023, o cacau produzido em Rondônia recebeu o selo de Indicação Geográfica (IG) na espécie Indicação de Procedência (IP). O registro foi publicado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). De acordo com o Inpi, o cacau produzido em Rondônia possui sabor inconfundível e uma gordura de qualidade diferenciada para a produção de alimentos achocolatados de consistências e sabores diversos.
Fonte
Texto: Jean Carla Costa
Fotos: Jessica Ocampo e Irene Mendes
Secom – Governo de Rondônia