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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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Senado analisa projeto do senador Acir Gurgacz que institui cartão digital de vacinação

Acir Marcos Gurgacz (pdt Ro), Senador Da República
Acir Marcos Gurgacz, Senador da República

Aguarda votação no Plenário o Projeto de Lei (PL) 5.190/2020, que determina o registro eletrônico do histórico de vacinações administradas em serviços de saúde públicos e privados, além de assegurar o acesso dos usuários a essas informações.

O projeto estabelece que as informações de todas as vacinas aplicadas no paciente sejam registradas e disponibilizadas para consulta em uma plataforma digital. Esse ambiente eletrônico servirá como um cartão digital de vacinação e poderá, inclusive, emitir o atestado de vacinação (AV) eletrônico, quando necessário.

De acordo com o texto, o Sistema Único de Saúde (SUS) manterá plataforma digital com os registros eletrônicos individualizados do histórico de vacinações administradas em serviços de saúde públicos e privados, de forma acessível ao usuário.

O registro eletrônico deverá permitir a integração e a interoperabilidade de suas bases de dados, garantindo-se a segurança e o sigilo das informações mediante o uso de soluções baseadas em tecnologia de banco de dados; a expedição de carteira de vacinação e atestado de vacinação eletrônicos; a leitura de dados pessoais, pela própria pessoa ou por terceiros, mediante a autorização por meio de senha; a produção de relatórios e estatísticas, com resultados expressos em dados sem identificação pessoal; e a emissão de alertas e notificações para a realização de vacinações e outros tipos de campanhas de interesse público relacionadas à vacinação da população.

Regras ultrapassadas

A Lei 6.259, de 1975, estabelece que o cumprimento da obrigatoriedade das vacinações deve ser comprovado por meio de AV emitido pelos serviços públicos de saúde ou por médicos no exercício de atividades privadas. Atualmente, o AV é fornecido por escrito aos pacientes, em papel, sendo afixado no cartão de vacinação.

Autor do PL 5.190/2020, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) entende que esse tipo de comprovação está ultrapassado, frente aos avanços tecnológicos e ao uso intensivo de ferramentas de comunicação digital no cotidiano das pessoas. Além do mais, é muito comum que o cartão de vacinação acabe sendo extraviado e as anotação das vacinas, perdidas.

Acir Gurgacz observa ainda que o próprio SUS já possui iniciativa nesse sentido. A plataforma digital “Conecte SUS”, disponível tanto para computadores quanto para smartphones, permite a consulta, pelo paciente, de seu histórico de atendimentos, resultados de exames e vacinas recebidas, entre outras informações de utilização de serviços públicos de saúde. Contudo, o portal não possui registros de imunizações administradas em serviços privados.

O autor do PL 5.190/2020 considera essencial que os dados contidos na plataforma digital possam ser utilizados também por outros aplicativos, garantidas a segurança e o sigilo das informações. Adicionalmente, é importante que essa ferramenta tenha a função de informar sobre vacinações e outras campanhas relacionadas à imunização da população, observa Acir Gurgacz.

Imunização contra covid-19

“Com o corrente cenário de diminuição da cobertura vacinal, detectada por especialistas e admitida pelo próprio Ministério da Saúde, devem ser empreendidos todos os esforços para que as pessoas compareçam aos serviços de imunização e se engajem nas campanhas de vacinação. Mas, para isso, é necessário que elas saibam que vacinas já receberam, o que será facilitado pelo cartão digital de vacinação, acessível a partir de qualquer dispositivo eletrônico conectado à internet, como um smartphone. O uso dessa ferramenta também será importante no momento em que nos aproximamos da possível imunização em massa contra a covid-19, que terá toda a população brasileira como público-alvo”, defende Acir Gurgacz na justificativa da proposição.

Acir Gurgacz observa ainda que o Programa Nacional de Imunizações (PNI), instituído pela Lei 6.259, de 1975 — alvo de alteração do PL 5.190/2020 — é uma política pública de sucesso, sendo considerado o maior programa público de vacinação do mundo. O senador explica que a sua criação foi decisiva para erradicar várias doenças endêmicas no Brasil, como a poliomielite e o sarampo — que agora volta a estar presente no território nacional —, e promover o controle de outras doenças de grande impacto sanitário.

“Mais de 300 milhões de doses de vacinas são aplicados anualmente no âmbito do PNI, o que o torna referência para o mundo no que diz respeito à imunização de grandes populações. Hoje em dia, o Calendário Nacional de Vacinação prevê imunização contra tuberculose (BCG), hepatites A e B, difteria, tétano, coqueluche (pertússis), meningite e poliomielite (vacina pentavalente/DTP), pneumonia e meningite causadas por dez sorotipos da bactéria pneumococo, meningite (meningocócica C), rotavirose humana, sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral), varicela, infecção pelo papilomavírus humano (HPV) e febre amarela”, destaca Acir Gurgacz.

Fonte: Agência Senado

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