Por Geraldo Gabliel
Senna na Sina Assassina…
Labora na Sina
Ao passo
O homem
Ora e labora
À pressa
A máquina
Maquina a hora
Sabor de engrenagem
Que pede passagem
No Laboratório
Oratório
Ora – e agora?
A Máquina
Na cena,
Na sina…
Acena: adeus!
Sem trégua,
Sem pena… nua:
Remete tal homem
À cena de rua
Labora? Não. Ora!
E agora? Sonha:
À frente – esquina
A sorte – traquina
– Maquina – uma peça
Petisca, acaso?
Na Sena
Ou na Quina? (ao menos)
Que cena?! Na risca!
Domingo, arena
E, Senna?
Ali – lhe assina
E acena…
Senna e… Saudade
Má
Máquina
Maquina
Má sina
Na esquina:
A sina
Má quina,
‘quinina’
E, Senna,
Na cena
‘assassina’
Acena:
adeus!
Saudade!… sim
A Deus!
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Airton Senna morreu em 1º de Maio de 1994 – no Dia do Trabalhador. Observe os trocadilhos nesta poesia que compuz em homenagem a ambos. Desculpa, leitor, esta eu estaria publicando no dia 1⁰ de maio… (Geraldo Gabliel).
Alma ferida
Hoje, transpiro lágrimas!
Na boca, doce sabor do fel,
O verbo solto, no ato revolto.
Alma, aos beijos no abismo,
Coração, sem prumo do fiel.
Hoje, clamo em silêncio!
Em gestos, de afago ingênuo,
No passo torto, que busca o Porto.
De alma nua, e joelho roto,
Num jogo bobo, de azar ambíguo.
Hoje, sou só pesares!
Na sua ausência, meu ser profano,
O meigo engana: cegueira insana.
A alma embala, falso consolo
No ato falho, de portolhano.
Hoje sou…
Lágrimas contidas,
O clamor oculto,
O pesar por sorte.
Sou… na verdade:
Nesse labirinto, não morte:
A alma à beira do abismo!
Geraldo Gabliel