Espigão do Oeste/RO – O Ministério da Justiça deverá liberar R$ 1,5 milhão para a Fundação Nacional do Índio (Funai) com a finalidade de atender a necessidade básica dos índios Cinta Larga e evitar a extração de diamantes na Reserva Roosevelt. Os recursos devem ser liberados até o final deste ano. No decorrer desse período será elaborado um projeto para manutenção futura dos indígenas que vivem na região.
A informação é do procurador da República, Reginaldo Pereira da Trindade, que representou o Ministério Público Federal, numa comitiva formada por integrantes da Funai, Funasa, indigenístas e lideranças indígenas, neste final de semana, numa aldeia Cinta Larga. A finalidade da visita à aldeia foi vivenciar a experiência dos indígenas e discutir propostas de alternativas econômicas e etnia, para evitar a extração ilegal de diamantes na área.
De acordo com o procurador, os índios Cinta Larga reclamam a falta de assistência médica, educação, transporte e auxílio nas demais áreas, por isso permitiam, segundo eles, a entrada de garimpeiros na reserva e recebiam determinado percentual da extração, para custear despesas médicas e manutenção. Para evitar este tipo de procedimento, os Cintas Largas sugeriram que o Estado ou a União entre com contra partida. “O envio do recurso é uma medida emergencial, pois a situação dos indígenas é realmente complicada”, afirma o procurador.
O garimpo
O garimpo Roosevelt deve permanecer fechado, uma vez que está intensificada a vistoria da Polícia Federal na área. “Todas as entradas do garimpo estão sob vigilância e está impedida a entrada de combustível e máquinas. Sozinho o garimpeiro não consegue fazer nada”, explica Trindade.
Além da fiscalização da polícia, há uma base móvel com servidores da Funai, monitorando a região. A proposta futura é contratar os próprios indígenas para realizarem a vigilância.
Os projetos
Para promover a manutenção futura dos Cinta Larga há várias propostas, inclusive a de criação de gado, peixes ou mesmo atividades ligadas à agricultura, através do plantio de produtos que possam ser comercializados fora das aldeias.
Inicialmente será repassado um valor, que deve entrar no orçamento da União no próximo ano, para viabilização dos projetos, mas a idéia é que de forma gradual os indígenas alcancem independência financeira. Todos os valores repassados serão administrados pela Funai, sob controle de lideranças Cinta Larga.
Comitiva
Além do procurador Reginaldo Pereira da Trindade estiveram presentes o procurador geral da Funai, Luís Fernando Villares da Silva, a indigenísta Maria Inês Hargreaves, demais representantes da Funai e Funasa, além de lideranças indígenas.