Os homens achados mortos no Ramal Samaúma, Rodovia AC-475, zona rural de Acrelândia, nessa segunda-feira (6) foram identificados como Naézio da Silva Santos e Dalberson da Silva Santos, filho e neto do ex-policial civil de Rondônia Joaquim Raimundo Silva, mais conhecido como “Joaquim Aranha”.
Naézio e o pai, Joaquim Raimundo, foram condenados por homicídio em 2017. Veja detalhes abaixo.
Naézio Santos morava com o pai em Plácido de Castro, para onde a família se mudou há cerca de dois anos, e Dalberson da Silva visitava a família na cidade acreana. As vítimas foram encontradas por moradores da região na manhã dessa segunda.
Ambos tinham marcas de tiro na cabeça e estavam caídos às margens do ramal. Equipes das polícias Militar e Civil estiveram no local, isolaram a área e acionaram o Instituto Médico Legal de Rio Branco (IML).
O delegado responsável pelo caso, Dione Lucas, confirmou que as vítimas participaram de uma festa na noite de domingo (5), mas ainda não é possível afirmar se houve algum desentendimento no evento. O delegado explicou que não pode repassar mais informações para não atrapalhar as investigações.
“Foi execução. Não podemos afirmar que tem relação com os crimes praticados em Rondônia, mas não é descartado. O pai estava na igreja, não estava na festa. Moram na região de Plácido de Castro, mas fica muito próxima aqui de Acrelândia e já ouvi umas três pessoas”, resumiu.
Condenação por homicídios
Em 2015, uma operação deflagrada pela Polícia Civil e o Ministério Público de Rondônia (MP), denominada Operação Têmis, cumpriu mandado de prisão temporária de Naézio Silva Santos e Joaquim Raimundo Silva. Na época, Joaquim Silva era policial civil em Mirante da Serra, no interior de Porto Velho.
Joaquim era o principal suspeito de ter executado Jeovane Arrabal, ex-genro do acusado. A vítima foi morta com seis tiros de uma pistola calibre 380, no dia 7 de dezembro de 2014. O crime aconteceu na zona rural de Ouro Preto do Oeste.
As suspeitas contra Naézio eram a respeito do planejamento do homicídio de Alex Flávio de Oliveira, morto em janeiro de 2013, em Mirante da Serra.
Naézio foi preso em Porto Velho. Também foram cumpridos mandatos de busca e apreensão na casa de Joaquim, onde encontraram duas espingardas calibre 32 e munições de calibres variados, o que causou a autuação de Joaquim em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Conforme as investigações, o motivo que teria levado Naézio a planejar a morte de Alex seria a existência de um relacionamento amoroso entre a esposa de Naézio e a vítima, descoberto dias antes do crime. Joaquim é suspeito de ter efetuado os disparos contra Alex. Um exame de balística feito na arma do ex-policial mostrou compatibilidade com os projéteis encontrados nas vítimas.
Em março de 2017, Joaquim Silva foi a júri popular pela morte do ex-genro. Ele pegou 8 anos e 4 meses de prisão pelo assassinato.
Já em junho do mesmo ano, pai e filho foram levados a júri popular novamente por homicídio. Joaquim Silva foi inocentado da morte de Alex Flávio e o filho Naézio pegou pouco mais de oito anos de prisão pelo crime.