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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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Tribuna Popular hoje celebra o coração do jornal que pulsou durante 4 décadas

Não é o momento mais apropriado para uma festa, diante da estiagem que o estado experimenta, mas os 44 anos da marca Tribuna Popular podem e devem ser lembrados.

No velho território federal, em tempos de migração, 44 anos atrás, em 23 de agosto de 1980, o jornal iniciava sua vida e influenciava no desenvolvimento de Cacoal e região. Embora tenha deixado a circulação impressa para ingressar no infinito mundo digital, TP foi responsável por mudanças profundas no comportamento das pessoas, basta observar as áreas de saúde e educacional.

A migração para o digital não foi tão comum. Houve momentos em que o coração de Adair Perin pendeu para permanecer no formato original que caracterizou a imprensa no mundo todo, desde Johannes Gutenberg.

Se esse cidadão catarinense-rondoniense derramou lágrimas ao sentir o baque causado pelo silêncio das máquinas e o cheiro da tinta na oficina gráfica, esse mesmo sentimento abalou seus amigos acostumados a sentir a repercussão por históricas coberturas.

Deixar de ler a TP no papel também forçou a mudança de hábitos de todos os maiores de 60 anos.

Para consolar o pai, Giliane Perin até planejou uma edição especial impressa – que certamente virá – saudando antigos e novos leitores. É a maneira mais nobre de o jornal retribuir a preferência manifestada durante quatro décadas por pessoas de Cacoal e de todo o estado.

Pedi uma entrevista ao Perin, mas ele preferiu adiá-la para os 45 anos da fundação da TP, em 2025. Concordei, pois isso significa adquirir todo fôlego necessário à narrativa de retumbantes assuntos estampados nas páginas vibrantes do jornal.

Assim, ele já pode ir alinhando: o incêndio no prédio da Prefeitura, quando ele ficou 26 horas recolhido até prestar depoimento e provar que o jornal noticiava um fato, o que o diferenciava do papel de qualquer instigador daquele momento, e da mesma forma, da sede da antiga Ceron.

Também lembrará daquele avião que caiu no interior de Espigão do Oeste, e do pedido de socorro. Para lá ele rumou notando as dificuldades do piloto em localizar uma pista de pouso iluminada por veículos da cidade.

Emocionava-se, pois o fogo já se levantava da aeronave. Seu amigo Olivar Barbosa, gerente do Bradesco, furava o bloqueio: “Perin é repórter, tem que deixar ir lá, ver e fotografar.”

Um policial lhe arrumava uma pequena lanterna, autorizando o trabalho. “Fui o primeiro a chegar no local, as cenas eram horríveis depois que o avião se espatifou ao trombar com o barranco de um igarapé”, conta o jornalista. Corpos deformados, triste demais.

  Tribuna impressa sempre mexeu com a cidade no tempo em que os leitores esperavam o dia seguinte para saborear as informações de reportagens, colunas e mesmo os anúncios comerciais bem diferentes da brevidade de hoje.

Está combinado, Perin: nos 45 anos voltaremos aos assuntos. Você contará também a respeito do futebol dente de leite, de alegrias em outros esportes em campos e quadras. Falará da vida indígena e da política. Mostrará um por um dos líderes que se tornaram celebridade nas páginas do jornal.

A TP sempre esteve ligada às alegrias e inquietações da gente cacoalense. No mundo em que os impressos são lembrados pelo conteúdo de suas edições, seja ela sempre lembrada.

Amém.

(Por Montezuma Cruz)

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