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quarta-feira, dezembro 18, 2024

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UNICEF CONSTATA PERDAS NA EDUCAÇÃO

A GRAVIDADE DO PREJUÍZO EDUCACIONAL QUE A PANDEMIA TROUXE A MILHÕES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MUNDO SE REVELARÁ NAS PERDAS DE PRODUTIVIDADE HUMANA NAS ECONOMIAS NA IDADE ADULTA DESTA GERAÇÃO ESCOLAR.

 

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*Prof. Dr. Valmor Bolan

 O chefe global da UNICEF, Robert Jenkins, ao falar sobre a realidade da Educação no mundo, quase dois anos de pandemia, afirmou que “estamos diante de uma perda quase sem volta para a escolaridade das crianças”. E acrescentou: “Embora seja fundamental retomar as aulas presenciais, apenas reabrir as escolas não é suficiente. Os estudantes precisam de apoio intensivo para recuperar a educação perdida. As escolas também devem ir além dos locais de aprendizagem para reconstruir a saúde mental e física das crianças, o desenvolvimento social e a nutrição”. Não será uma tarefa fácil para pais, professores e demais profissionais da Educação recuperar as perdas, garantindo a qualidade de ensino que se faz necessária, ainda mais num contexto de crescente complexidade, aonde o conhecimento se tornou indispensável para tomadas de decisões, em todas as áreas da vida.

O fato é que os especialistas reconhecem que foram graves as perdas no campo educacional, conforme os dados da UNICEF: “Em países de baixa e média renda, as perdas de aprendizado devido ao fechamento de escolas deixaram até 70% das crianças de 10 anos incapazes de ler ou entender um texto simples, em comparação com 53% antes da pandemia”. O impacto se deu em todos os países do mundo, em vários aspectos, cada um com suas especificidades. “Em vários estados brasileiros, cerca de três em cada quatro crianças do 2º ano estão fora dos padrões de leitura, número acima da média de uma em cada duas crianças antes da pandemia. Em todo o Brasil, um em cada dez estudantes de 10 a 15 anos relatou que não planeja voltar às aulas assim que sua escola reabrir. Na África do Sul, as crianças em idade escolar estão entre 75% e 100% de um ano letivo atrás do que deveriam. Cerca de 400 mil a 500 mil estudantes abandonaram a escola entre março de 2020 e julho de 2021”. O fechamento das escolas também trouxe consequências devastadoras: “Um crescente corpo de evidências mostra que a covid-19 causou altas taxas de ansiedade e depressão entre crianças e jovens, com alguns estudos descobrindo que meninas, adolescentes e pessoas que vivem em áreas rurais são mais propensas a experimentar esses problemas. Mais de 370 milhões de crianças em todo o mundo ficaram sem a merenda escolar durante o fechamento das escolas, perdendo o que é, para algumas crianças, a única fonte confiável de alimentação e nutrição diária”.

Diante desse cenário de guerra, temos muito o que fazer para reverter a situação e buscar novas possibilidades. É uma tarefa de todos os envolvidos com a Educação, buscar os melhores meios para a superação da crise. Não podemos nos entregar ao desânimo e ao ceticismo. Temos que dar as melhores respostas para que crianças, adolescentes e jovens reencontrem as condições para a retomada das atividades escolares. Temos que também valorizar as famílias, especialmente os pais, para que sejam presentes e atuantes, e tenham motivação para cumprir com a missão de educar os filhos, pois a educação começa em casa. Juntos poderemos, com efetiva solidariedade, trabalharmos pela reconstrução da nossa Educação, em todos os níveis de ensino.

 *Valmor Bolan é Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das  Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá.

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