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quinta-feira, dezembro 19, 2024

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Volta às aulas: Boa alimentação é fundamental para o desenvolvimento da criança

Além dos macro e micronutrientes indispensáveis na alimentação de crianças, é importante respeitar os sinais de fome e saciedade

Durante a infância ocorre o período de desenvolvimento da criança, tanto física quanto intelectualmente. A boa alimentação é importante para que esse desenvolvimento ocorra de forma satisfatória. Quando a criança não tem o hábito de consumir alimentos saudáveis, ela tende a ter maior vulnerabilidade a doenças e deficiências.

Priscila Walker, nutricionista de famílias, informa que as crianças desde pequenas já conseguem apresentar sinais que indicam fome ou saciedade. Bebês ainda pequenos, que não sabem se comunicar, choram para avisar à mãe que estão com fome.

Crianças um pouco maiores, no período da introdução alimentar, costumam apontar para a comida, se inclinar em direção a alguém, se essa pessoa estiver com comida na mão, pegar algum alimento e tentar levá-lo até a boca e, também, ficam felizes ao ver alimentos que gostam.

“Ao mesmo tempo a criança também mostra a saciedade, ela não quer mais mamar, não quer mais comer, ela empurra a comida, fecha a boca, vira o rostinho de lado mostrando que não quer mais se alimentar ou muitas vezes, na introdução alimentar, ela faz o que a gente chama de ‘movimento para-brisa’, que é mexendo as mãozinhas para um lado e para o outro, espalhando a comida, jogando a comida no chão”, completa a nutricionista.

A nutricionista reforça que é essencial respeitar os sinais de fome e saciedade da criança para que ela consiga se alimentar de forma correta.

“É muito importante a gente respeitar esses sinais de fome e de saciedade para que a gente não desregule a criança. A criança nasce sabendo se alimentar e muitas vezes a gente não respeita. A gente vem com aquela colher perseguidora e fala só mais um pouquinho, come um pouquinho mais, tem que raspar o prato, tem que comer tudo pra ficar forte e saudável. E aí a criança começa a ignorar os sinais internos do corpo e ouvir alguém de fora”, informa a nutricionista.

A especialista alerta que o entendimento desses sinais desde o início pode evitar doenças no futuro. Tanto físicas, quanto comportamentais em relação à alimentação.

A alimentação da criança precisa ser composta por macro e micronutrientes, como carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. É importante para o desenvolvimento infantil ter a ingestão adequada de todos os nutrientes.

Alimentos ultraprocessados, que possuem muito açúcar, sal, gorduras, farinha, corantes e conservantes artificiais, devem ser evitados, pois têm um gosto mais prazeroso ao paladar, e então a criança tende a começar a rejeitar aqueles que não possuem a mesma sensação de prazer.

Natália Sales, analista de qualidade de software, tem uma filha de 10 anos e um filho de 2. Ela conta que durante o crescimento da primeira filha, ela não tinha conhecimento sobre alimentação saudável. Hoje, a menina tem dificuldade em aceitar alimentos mais naturais, como verduras e legumes.

Depois dessa experiência, com o segundo bebê, Natália optou por dar mais alimentos naturais e deixou para inserir os processados mais tarde.

“No meu segundo filho, eu introduzi açúcar só depois dos dois anos, ele faz consumo de pouco sal, consome muita fruta e muita verdura, desde bebezinho. Então isso auxiliou muito no paladar que ele tem, pelo menos até agora. Ele aceita praticamente qualquer alimento amargo, azedo”, completa.

Fazer uma lista com os alimentos saudáveis antes de ir ao mercado pode ajudar pais e responsáveis na hora das compras, diz nutricionista

A alimentação tem papel fundamental em todas as etapas da vida, mas bons hábitos alimentares são decisivos para o crescimento e o desenvolvimento nos primeiros anos de vida da criança. Com a volta às aulas, é preciso cuidado na escolha de alimentos saudáveis para a lancheira dos pequenos.

Camila Cordova, nutricionista e professora do curso de Nutrição da faculdade Anhanguera Taguatinga, orienta aos pais e responsáveis a fazer um planejamento antes de ir às compras e colocar no papel os alimentos mais saudáveis para serem consumidos pela família.

“Eu gostaria de dar uma atenção especial na escolha por alimentos in natura ou minimamente processados. Na verdade, esses são alimentos que devem ser a base da nossa alimentação. Então verduras, legumes e frutas são uma variedade incrível de alimentos minimamente processados e são a base para uma alimentação balanceada saborosa”, completa a nutricionista.

Camila reforça também a importância dos alimentos de origem animal, como carne, leite, ovos e peixe.

“Então na hora de fazer as compras, a minha dica é colocar em primeiro lugar esses alimentos, buscar sempre locais onde você tem uma variedade grande de alimentos, onde você vai conseguir ter desde as verduras e legumes, as carnes, os ovos, os cereais, os grãos, as leguminosas. Então grandes mercados vão ajudar a gente a encontrar todos os produtos que a gente precisa para compor a alimentação de uma criança”, explica a especialista.

Júlia Cristina tem 27 anos, é vendedora e moradora de Brasília. Ela tem um filho de três anos e, na hora de preparar a lancheira escolar do pequeno, sempre procura colocar alimentos mais saudáveis.

“A gente sempre procura mandar um carboidrato, como um pãozinho, uma tapioca, alguma coisa do tipo e uma fruta. Aí um morango ou manga, uva, banana, que são coisas que ele gosta bastante. E o suco somente de frutas”, diz a vendedora.

Montando uma lancheira saudável

A nutricionista Camila Cordova dá dicas de como montar uma lancheira saudável na hora de levar a criança para a escola.

  • Escolher um líquido, preferencialmente que seja água. É importante que tenha sempre uma garrafinha com água na lancheira da criança. Outra alternativa é o suco natural sem açúcar, chás e até a água de coco natural;
  • Frutas frescas, como banana, maçã, morango, pera, uva, goiaba, entre outras.
  • Vegetais como palitinhos de cenoura, abobrinha, brócolis cozido, beterraba;
  • Para complemento, pode-se acrescentar pão de queijo caseiro, tapioca, cuscuz, sanduíche, iogurte natural, bolo caseiro, entre outros.

Com o intuito de auxiliar os pais e responsáveis a inserirem uma alimentação saudável durante o crescimento das crianças, em 2021 o Ministério da Saúde desenvolveu o “Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos”. O guia reúne as principais recomendações sobre aleitamento, introdução à alimentação complementar e escolha de alimentos saudáveis.

Fonte: Brasil 61

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